Tenho um propósito: fazer a diferença na vida das pessoas!

 

A minha história é a história de uma pessoa comum, como tantas… Nasci de parto domiciliar no dia 06.10.1962, no bairro Coral no município de Lages(Santa Catarina). Tenho um orgulho especial em ser “Coralina”.  Fui criada em uma grande família de 8 irmãos (Alciro César; Jaquelina Tânia; Carmen Emília; Lures Maria; Delcize Maria; Ismael Paulo; Osmar Antonio e Antonieta Recilde)  muitos tios e primos, e por isso desde cedo aprendi a importância de colaborar, dividir, repartir e apreciar as pequenas belezas da vida. Tive a felicidade de sentir-me segura e amada, desde criança. Meus pais, Lessio Zanotto e Olinda Bonfá Zanotto foram exemplos de pessoas dedicadas à família e ao trabalho, generosas e íntegras passaram valores importantes para todos nós, ao longo da vida. Quando mudaram-se do Rio Grande para Lages, para fazer a vida, acolheram os familiares que os seguiram nessa aventura.

Posso dizer que tive uma infância muito feliz. A gente não tinha abundância, mas tivemos sempre uma boa alimentação, isso nunca nos faltou. Mas é claro que, como toda família trabalhadora e empreendedora que chegava na cidade, nós não tínhamos muitos brinquedos. Então, com o que é que nós brincávamos?! Éramos muito criativos, fazíamos nossos próprios brinquedos e nos divertíamos muito com tampinhas de refrigerantes. Vou explicar melhor, nós morávamos em cima da empresa, na Bebidas Coral e então tampinha era um material que nós tínhamos muito, muito, muito…

Das memórias da infância, a comida feita pela minha mãe ocupa um lugar especial. O nosso fogãozinho era de tijolo e nós tínhamos um forno onde se fazia os pães. A gente acompanhava isso. Ter na memória o cheiro do pão caseiro, saindo do forno, é sempre um alento… Participar das tarefas da casa era algo comum aos filhos, tempos atrás. Naquela época não se tinha máquina de lavar roupa, a roupa era lavada no tanque e estendida no varal para secar e eu não sei porque os varais eram de arame farpado. Precisava ser muito cuidadosa pra tirar a roupa seca do varal de arame farpado, sem rasgar. Eu me lembro que os tios e os irmãos mais velhos, junto com as pessoas que trabalhavam na firma com meu pai, jogavam futebol e quem lavava as roupas do time éramos nós.

Como a família era muito grande, além da escola todos participavam das tarefas de casa: um lavava a louça, outro secava, ou limpava  o chão. Não tinha enceradeira, era palha e cera. O que a gente mais gostava era de ver a casa toda limpinha, toda cheirosa, toda brilhando…

As primeiras séries escolares frequentei no Belizário Ramos. E lá era uma festa só - cantávamos diariamente o Hino Nacional, e como alunos éramos responsáveis pela limpeza da sala de aula. Então, em dias de chuva não entrávamos com o calçado da rua, tínhamos o chinelinho. Sempre tinha o líder de classe, que comandava quem ia apagar o quadro, levar o lixo… A sala de aula também era um brinco, mas lembro que a gente também fazia arte… a principal era, na hora do recreio, pular o valo que tinha nos fundos do colégio. O desafio era pular sem cair na água, não podia sujar a roupa - aquilo era uma alegria. Pular elástico era uma outra grande diversão.

Depois do Belizário Ramos, fui matriculada no Colégio Nossa Senhora do Rosário. Eu guardo até hoje o sentimento de acolhimento e comprometimento, por parte dos professores. Sempre muito motivadores, mostrando pra gente a importância dos estudos. No Rosário eu lembro que sentávamos no muro, no final da aula, pra conversar ou esperando a família buscar nos dias de chuva, um dos professores sempre nos repreendia: alertava que o muro não era lugar para sentar, ele servia de proteção. Lembro disso como um cuidado, porque sentia que além de ensinar o conteúdo, se preocupavam em ajudar na formação para o futuro, como cidadãos. Lembro da professora de matemática, Dona Sueco, que não está mais conosco. Ela foi minha professora no Rosário e lembro que ela se preocupava tanto com a gente que  até a gola das nossas camisas ela olhava, eram brancas, e a gola tinha que estar perfeita. A maior parte da minha formação foi na escola pública eu dou muito valor para os professores, comprometidos com a formação de seus alunos. A grande maioria dos professores tem essa questão do acolhimento. Os professores são comprometidos com a educação das nossas crianças.  Essa preocupação e comprometimento me leva a pensar que a gente pode ter um mundo melhor, formando adequadamente as nossas crianças e dando a eles a oportunidade de chegarem aonde quiserem. A educação é o caminho pra gente dar um futuro melhor a todas as nossas crianças e adolescentes.

Os dias de chuva da minha infância e adolescência eram especiais. Quando chovia, a gente não tinha carro pra ir pra escola. O que acontecia nesses dias?  Os tios ou algum dos senhores que trabalhavam com eles,  iam nos buscar na escola de caminhão. Nos não tínhamos carro de passeio. Então a gente vinha na cabine do caminhão. Era uma alegria, porque era um momento de passear, passear com o caminhão.

A felicidade de apreciar as coisas simples da vida tem lugar especial no meu coração. Lembro de quando o tio Henrique, da Bebidas Coral, comprou uma charrete para o seu nono, que morava em Ipê, no Rio Grande. Imagine a alegria da gente, desfilar na avenida D.Pedro II (ainda era rua naquela época) de charrete, que era o veículo que estava sendo adquirido pra nona e pro nono e os tios se deslocarem em Vila Ipê. Eu só tenho boas lembranças da infância.

Como nós morávamos na própria firma, em cima das Bebidas Coral, tinha dois apartamentos: do pai e da mãe, do tio Romeu e da tia Isaura. Então, nós, os primos fomos criados muito unidos e, além de estudar e brincar, tínhamos algumas tarefas. Entre essas tarefas, tinha essa bem curiosa e muito divertida, porque envolvia uma grande mangueira com água jorrando. Quando uma pipa de vinho ou uma pipa de cachaça esvaziava, a parte de limpeza interna era feita por nós, os menores. Participar dessas tarefas, e lembro também que no final de ano, quando o movimento aumentava muito, eu gostava muito de ir na cozinha preparar sanduíches para aqueles que trabalhavam até tarde da noite, era um prazer.

Lembro bem que a mãe e o pai, também os tios, sempre cobravam de todos  muita responsabilidade na escola. Eles não tinham nem oportunidade nem tempo pra acompanhar os cadernos, as tarefas da gente - o pai trabalhava na firma, a mãe além de cuidar dos oito filhos fazia comida e cuidava da roupa de todo mundo e também costurava pra fora. Eu tenho muito orgulho de ter tido uma família, que eu posso dizer, sem sombra de dúvida, uma família que com todo trabalho, com todo esforço, mesmo nas divergências, tinha muito, muito amor.

Emília, meu segundo nome (Carmen Emília Bonfá Zanotto) é o nome de minha nona (mãe de meu pai), que morava em Ipê, no Rio Grande do Sul.  Nas férias a gente ia pro Rio Grande, era lá que a gente andava a cavalo. Era lá que a gente andava embaixo dos parreirais, comendo uvas. Lembro como se fosse hoje a alegria de ver dos pés de bergamota carregados - aquele amarelo lindo, os pés de laranja…O avental longo da nona, que servia pra recolher os ovos do galinheiro todos os dias. Lembro que meu nono era um homem mais sisudo, como grande parte dos homens daquela época. Os nonos por parte da mãe não convivi, eles morreram quando eu era muito criança.

Meu pai eu perdi muito jovem ainda, já estava formada e trabalhava na secretaria de Saúde de Lages. A mãe eu perdi esse ano, é muito recente e ainda dói muito. Nunca vi eles trocarem palavras ríspidas. Meu pai foi um empreendedor, dentro da formação dele, muito diferenciado. Quando o Ismael foi para a Cantina do Diocesano, que além da história de ajudar na Bebidas Coral, a gente tem toda a história das Cantinas, do Diocesano, da Uniplac e CIS. O pai foi um homem que não restringiu a saída da mãe, para possibilitar que ela trabalhasse fora de casa. E éramos nós com a mãe que preparávamos as massas de pastel, pasteis, os sanduíches, as bananinhas. Lá no Diocesano e espaço era pequeno, além de preparar os lanches, ajudar a vender, a gente limpava o pátio, recarregava as geladeiras com os refrigerantes pra esperar o intervalo seguinte, nos turnos da manhã, da tarde e da noite. A mãe sempre nos acompanhou e o pai mesmo viajando indo buscar as bebidas em Blumenau, SP e Estrela no RS, o vinho que vinha de Vila Ipé, o pai aceitou a saída da mãe para trabalhar fora,  apoiando seus filhos no trabalho diário.

Ainda é muito forte a lembrança do  meu pai, me levando até a rodoviária quando eu era estudante de Enfermagem e o seu encorajamento para que fosse sozinha até São Paulo, onde encontraria com uma colega de turma para irem até Belo Horizonte, num Congresso. Meu pai sempre deu muita força pra todos, apoiou minha mãe que é o meu exemplo de mulher à frente de seu tempo, acompanhou os filhos. Meus pais formaram uma grande família, unida e amorosa.

Como símbolo desse amor familiar, lembro que a cama do casal (até hoje na casa da família) tem oito pés - era grande para acolher a todos em época de frio, quando a gente retornava do trabalho, altas horas da noite, antes de ir cada um pro seu quarto, a gente ia se esquentar na cama deles.

Olhando o caminho já percorrido, posso dizer que nunca tive medo de desafios.  Quem me conhece sabe que sou incansável na dedicação ao que me proponho a realizar. Quero me dedicar, aplicar todo o conhecimento que adquiri na minha vida pública, ao longo de mais de 30 anos, e continuar perseguindo este grande desafio, que é fazer de nossa Santa e bela Catarina, O MELHOR LUGAR DO MUNDO PARA TRABALHAR, CRIARMOS NOSSOS FILHOS, ENVELHECER E SERMOS FELIZES!

 

FORMAÇÃO ACADÊMICA

Graduada em enfermagem e obstetrícia pela Faculdade do Alto Uruguai Catarinense

Especialização em:

Administração Hospitalar pela Faculdade São Camilo - SP

Saúde Pública pela Universidade de Ribeirão Preto - SP

Recursos Humanos pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e

Formação em Políticas para Primeira Infância na Universidade Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos

 

NA CÂMARA DOS DEPUTADOS ATUOU COMO:

Presidente da Frente Parlamentar Mista da Saúde

Presidente da Frente Parlamentar da Prematuridade

Vice- Presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresas

Vice-presidente da Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância

Vice-presidente da Frente Parlamentar Mista das Doenças Raras

 Membro das Comissões:

  •  Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência
  •  Defesa dos Direitos da Mulher – CMULHER
  • Seguridade Social e Família – CSSF
  • Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa – CIDOSO
  • Superendividamento do Consumidor

Atuou ainda como:

  • Procuradora Adjunta na Procuradoria da Mulher da Câmara Federal
  • Relatora da Comissão Externa do Coronavírus